Difícil é conseguir expressar em palavras a importância que a música sempre teve pra mim. Não sou musicista, não toco instrumento algum, sou super desafinada, esqueço as letras das minhas canções favoritas...ainda assim não consigo passar um dia que seja sem que a música se faça presente de alguma forma na minha vida. De todas as artes, é a que mais me toca, a que sinto mais próxima, a que mais me encanta. Não é de se estranhar que tenha escolhido um músico pra compartilhar a vida. Acho que assim a gente se entende. Tem horas que as palavras não bastam, tem horas que não sabemos escolhê-las, outras que simplesmente a alma canta. Nessas horas a gente pára e escuta. Tem sido assim comigo desde sempre.
As minhas primeiras canções..."Ciranda da Bailarina" do Chico e minha dança imperfeita com a perfeição (tsc tsc...), "Aquarela", do Toquinho e as imagens de todas as brincadeiras da infância e a noção de finitude. Mais tarde, "Construção", do Chico de novo e o entendimento da injustiça da sociedade que vivemos. E assim fui me tornando eu mesma. As estórias iam acontecendo e sempre havia uma trilha sonora. Vitor Hugo dizia que a a música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio...é isso mesmo. Ahhhh, tem que ter um espírito iluminado pra vir aqui transformar um impulso eletroquímico em inspiração. Como não ser grata a essas pessoas maravilhosas, que com talento e esforço fazem deste mundo um lugarzinho mais agradável de se viver? Obrigada, músicos...que vocês tenham o seu trabalho reconhecido de todas as formas que merecem, é o que desejo a cada um de vocês. #FelizDiadosMúsicos
Da Música
A música derrama-se
no corpo terroso
da palavra. Inclina-se
no mundo em mutação
do poema.
A música traz na bagagem
a memória do sangue; o caminho
do sol: Lume e cume
de palavras polidas.
A música rompe um rio de lava
por si mesmo criado. Lágrima
endurecida
onde cabem o mar
e a morte.
Casimiro de Brito, in "Canto Adolescente"
no corpo terroso
da palavra. Inclina-se
no mundo em mutação
do poema.
A música traz na bagagem
a memória do sangue; o caminho
do sol: Lume e cume
de palavras polidas.
A música rompe um rio de lava
por si mesmo criado. Lágrima
endurecida
onde cabem o mar
e a morte.
Casimiro de Brito, in "Canto Adolescente"
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